Ciência ligada ao mar e ao espaço dão aos Açores “dimensão mundial”

Escrito por em 04/07/2022

O presidente do Governo Regional dos Açores afirmou hoje que a ciência ligada ao oceano e ao espaço permite ao arquipélago ter uma “dimensão mundial”, ultrapassando a ultraperiferia da sua dimensão terrestre.

“Se olharmos o nosso território apenas na dimensão terrestre, ela é efetivamente ultraperiférica, de reduzida dimensão, mas se conectarmos a nossa dimensão territorial à condição marítima e espacial temos relevância mundial”, afirmou José Manuel Boleiro em Ponta Delgada, na abertura da Global Exploration Summit (GLEX).

Segundo disse, juntando as várias vertentes da ciência, a região autónoma dos Açores tem “oportunidade de ter dimensão mundial”, uma estratégia que o executivo açoriano está a potenciar com a “fixação de talentos”.

De acordo com o presidente do Governo, no Grupo Oriental do arquipélago tem sido desenvolvida uma “estratégia de observar o espaço a partir da terra”, aproveitando o potencial competitivo desta localização.

José Manuel Boleiro destacou ainda, no Grupo Central, a observação da terra a partir do espaço e investigação do oceano profundo, assim como o conhecimento, através da observação por radar, das alterações meteorológicas no Grupo Ocidental.

“Estamos a desenvolver nos Açores, com base na ciência, uma verdadeira dimensão arquipelágica e de futuro com a ciência”, sublinhou o presidente do Governo.

Em declarações aos jornalistas, José Manuel Boleiro destacou ainda o “bom exemplo para o mundo” que são os Açores através de um desenvolvimento sustentável respeitador da natureza.

“Estes exploradores de base científica encontram nos Açores um verdadeiro exemplo de uma situação de esperança para o mundo”, reforçou o presidente do executivo açoriano, referindo-se aos participantes da cimeira que vai decorrer nos próximos quatro dias na região.

Cientistas e exploradores de vários países reúnem-se a partir de hoje nos Açores num encontro anual de partilha de descobertas científicas nos oceanos, no espaço e na terra, mas também para discutir futuras missões nestas áreas.

A terceira edição da GLEX Summit, uma organização conjunta do Clube de Exploradores de Nova Iorque e da portuguesa Expanding World, junta nos próximos quatro dias as “maiores lendas vivas da exploração a nível mundial”, anunciou a organização.

Entre os mais de 50 oradores de várias áreas do conhecimento, constam James Garvin, cientista chefe da NASA e líder da missão DAVINCI a Vénus, o astronauta Michael López-Alegría, comandante da primeira missão privada à Estação Espacial Internacional, Bertrand Piccard, explorador suíço e pioneiro da aviação solar, e Rosaly Lopes, astrónoma brasileira que descobriu o maior número de vulcões ativos.

As cerca de 40 sessões programadas, que decorrerão em Ponta Delgada, contarão ainda com a participação de Siam Proctor, a primeira astronauta comercial negra a pilotar uma nave espacial, e Borge Ousland, explorador norueguês que fez a primeira travessia da Antártida sem apoio.

Portugal estará representado no painel de oradores através do cientista Emanuel Gonçalves, membro da Fundação Oceano Azul e investigador do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, e pelo biólogo marinho Jorge Fontes, investigador do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores.

Na terça-feira, a cimeira de exploradores GLEX terá uma sessão no vulcão dos Capelinhos, ilha do Faial, onde participará o cientista da NASA James Garvin.

O Clube dos Exploradores foi fundado em Nova Iorque em 1904 e tem cerca de 3.000 membros e entre eles, ao longo das décadas, estão pessoas que chegaram pela primeira vez a locais como o Pólo Norte, o Pólo Sul, a Lua, o topo do monte Evereste e o ponto mais fundo do oceano conhecido, na fossa das Marianas.


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