PS/Açores diz que apoio de 1.500 euros não resolve problema da natalidade na região

Escrito por em 29/10/2022

O presidente do PS/Açores considerou que o programa de incentivo à natalidade “Nascer Mais” do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) não dá uma resposta “coerente, estrutural e fundamentada” ao problema, antes “garante a sobrevivência” do executivo, foi hoje divulgado.

“A atribuição de um cheque de 1.500 euros o que resolve é, em primeiro lugar, um problema do Governo e que é o de garantir o apoio de um dos partidos da coligação. Não é, seguramente, uma medida que, por si só, fomente a natalidade. Pode garantir a sobrevivência política deste Governo, mas não resolve o problema demográfico da região”, afirmou Vasco Cordeiro, citado num comunicado do partido a propósito da intervenção do líder socialista açoriano na iniciativa “Construir o Futuro – Que Açores Queremos?”, que decorreu na sexta-feira na ilha Graciosa.

Vasco Cordeiro defende, antes, “medidas do ponto de vista do acesso à educação ou à saúde, políticas sociais e políticas no âmbito da economia, que permitam a criação de oportunidades de emprego e desenvolvimento económico”, bem como “medidas relacionadas com as acessibilidades”.

“O programa ‘Nascer Mais’, que entrou em vigor esta sexta-feira, consistindo na atribuição de um ‘plafond’ de 1.500 euros para uso nas farmácias, não vai no sentido de uma resposta coerente, estrutural e fundamentada ao problema demográfico da região”, frisou Vasco Cordeiro, citado na nota de imprensa.

O “Nascer Mais”, anunciado pelo Governo Regional como resposta a uma reivindicação do Chega, com quem o executivo tem um acordo de incidência parlamentar, avança “sob a forma de projeto-piloto, numa primeira fase, em 2022”, sendo aplicado em 12 dos 19 concelhos dos Açores, indica a publicação no Jornal Oficial.

Vasco Cordeiro assinala que “o PS/Açores tem uma abordagem diferente” nesta matéria.

“Estou convicto que a solução para esse desafio [de perda populacional] reside em investimentos na área social, nas acessibilidades e em políticas de desenvolvimento económico”, afirmou.

Para o presidente do PS/Açores, “a perda de população é uma das principais ameaças” que o arquipélago “enfrenta no médio/longo prazo, constituindo uma verdadeira ameaça à sustentabilidade dos Açores como região e, igualmente, uma das principais ameaças” à sua autonomia.

“É por isso que é tão importante que a resposta a esse desafio seja ancorada numa abordagem estrutural, coerente e devidamente fundamentada, ao invés de se resumir a medidas que criam a ideia de que tudo se resume a soluções de varinha mágica”, defendeu.

No âmbito da iniciativa, “Construir o Futuro – Que Açores Queremos?”, o presidente do PS/Açores está a percorrer todas as ilhas da região, reunindo em sessões de debate com o objetivo de manter e reforçar o contacto com os militantes e simpatizantes do partido, ouvindo-os sobre as respostas para os desafios atuais e futuros da região.

A Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados e, na atual legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM, dois do BE, um da Iniciativa Liberal, um do PAN, um do Chega e um deputado independente (eleito pelo Chega).

PSD, CDS-PP e PPM, que juntos representam 26 deputados, assinaram um acordo de governação.

A coligação assinou ainda um acordo de incidência parlamentar com o Chega e com o deputado independente Carlos Furtado (ex-Chega) e o PSD um acordo com a IL.


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